Luz, câmera, ação e muito mais

O que você vê quando assiste um filme? A história, a interpretação dos atores? Além das peculiaridades narrativas e das atuações, a arte cinematográfica envolve um conjunto de conceitos e recursos técnicos e estéticos que nem sempre são percebidos pela maioria do público, mas que são igualmente importantes para a criação da obra e a construção das sensações que o filme pretende causar.

O conhecimento sobre a história do cinema, suas teorias, os artifícios artísticos que cercam a produção, a linguagem, fotografia, associados à sensibilidade e a vivência do espectador, criam as ferramentas que transformam decisivamente um olhar passivo em uma visão crítica, aprimorada sobre o filme. Essa base potencializa a experiência cinematográfica e a capacidade de interpretação diante da amplitude artística que cerca (ou falta) a determinado filme. E para abrir olhos e mentes de cinéfilos sobre essas possibilidades racionais e subjetivas do cinema, o crítico Pablo Villaça ministrou na última semana, em Belo Horizonte, a 43ª edição do Curso de Linguagem e Crítica Cinematográfica.

O crítico mineiro, fundador e diretor do portal Cinema em Cena, é um dos profissionais mais respeitados no Brasil e, através do curso, compartilha uma parcela do seu conhecimento com alunos amantes da sétima arte, entre eles, o integrante da agência que vos escreve. O curso transita, ainda que rapidamente, mas sempre com propriedade, por um conteúdo rico organizado em: História da Crítica, Função e Formação do Crítico; O Cinema e sua Linguagem, seu Tempo e sua Realidade; O Cinema e a Narração; A Montagem; O Espectador e o Fenômeno da Identificação; Roteiro e Direção; Direção de Arte, Fotografia e Som; Metodologia de Trabalho e Cotações. Além de atender o proposto, Pablo estimula a atenção da turma com exemplos ilustrativos de filmes clássicos e atuais, didática envolvente e descontraída, além de fomentar o debate, estimulando a exposição de dúvidas e a apresentação das interpretações dos próprios alunos.

Participar do curso é uma experiência construtiva, que certamente agrada ao amante da arte e aos profissionais que possuem alguma ligação à área, como comunicólogos, que mesmo sem se deparar com uma metodologia acadêmica, encontram oportunidade para rever conceitos e aprender ainda mais. Em 2013, Pablo Villaça pretende inaugurar o novo módulo do curso, mas enquanto o ano não chega e não há novas turmas do módulo original agendadas, vale conferir um pouco dos argumentos do autor do curso para entender como um filme pode dizer muito mais do que a compreensão primária e objetiva da história.

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